sábado, 16 de julho de 2011

Campanha ateísta sofre censura no Brasil

Campanha foi censurada. circulariam pelos ônibus de Salvador e Porto Alegre.


A própria empresa contratada pela Atea para a divulgação dos cartazes foi quem barrou a circulação deles. Segundo a empresa, isso aconteceu em Salvador porque eles acreditavam que o estado e os empresários responsáveis pelas linhas de ônibus poderiam não concordar com a divulgação das peças. Agora a Atea afirma que está estudando possíveis recursos contra a empresa.

Já em Porto Alegre, a situação foi outra. A Agência de Transportes Públicos vetou os cartazes porque eles veiculariam mensagem de conteúdo religioso e isso não era permitido por lei.

A mensagem dos cartazes, basicamente, é que ter religião não define seu caráter. Uma das mais marcantes é a de Charles Chaplin e Adolf Hitler, mostrando que o primeiro era ateu enquanto o segundo era religioso.

Segundo a Atea a idéia não é “converter” as pessoas ao ateísmo, mas buscar uma igualdade, fugir do preconceito que existe contra aqueles que preferem não seguir nenhuma religião.

A idéia da campanha surgiu após o “ataque” do apresentador José Luiz Datena contra os ateus em seu programa.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o presidente da Atea, Daniel Sottomaior, afirmou que as peças não são ofensivas e que censura reforça o preconceito contra os ateus. Além de Salvador, as peças também foram vetadas em São Paulo e Porto Alegre. A Atea vai recorrer na Justiça.

Confira os outros cartazes:


"A fé não dá respostas. Só impede perguntas."

Essa mensagem contém mais do que parece à primeira vista. É a única em que a crítica ao pensamento religioso parece estar em primeiro plano, o que é reforçado pela imagem sugerindo que a fé é uma prisão. Mas a frase se opõe ao preconceito que emana da fé. Ele é reforçado diariamente nas igrejas com as declarações de padres e pastores, cardeais e papas. A nova versão internacional da bíblia contém 298 versículos citando a palavra ímpio, mostrando que é um assunto recorrente. Ali os ateus são descritos como a epítome da maldade e naturalmente todos são instados a se afastarem deles. É por fé que os religiosos sustentam a veracidade desses textos, e é por fé que reproduzem esses comportamentos. Portanto, a crítica à fé é condição necessária para desmontar o preconceito que ela alimenta. É a fé que impede perguntas fundamentais como "meu livro sagrado descreve os ateus como maus; isso será mesmo verdade?"


"Somos todos ateus com os deuses dos outros"

O preconceito só existe enquanto se vê o outro como inferior. Apontar as semelhanças que temos, portanto, é um meio eficaz de destruir essa lógica. A peça mostra de maneira clara que ateus e monoteístas compartilham da mesma descrença com relação à imensa parte dos deuses, e divergem somente a respeito de um deles. Quando um teísta percebe que também enxerga quase todas as divindades como mitos, ele pode com mais facilidade se colocar no lugar de um ateu, e vê-lo como igual. Ao mesmo tempo, o contexto do anúncio coloca todos os deuses em pé de igualdade, sugerindo que todos eles são criações humanas.


"Se deus existe, tudo é permitido"

A frase é uma contraposição à ideia muito popular de que a moralidade é impossível, inexistente ou sem sentido em um mundo sem divindades. Conjugada à imagem, ela aponta que a existência de divindades não cria automaticamente uma moral absoluta porque, assim como existe uma infinidade de deuses, vários deles "únicos", cada um deles vem com seu próprio sistema moral absoluto - e são todos diferentes entre si. Mesmo entre os que concordam com a existência de um mesmo deus, existe enorme multiplicidade de interpretações sobre o que é moral ou não.

O avião se chocando com o World Trade Center não significa que todos os muçulmanos ou que todos os religiosos são homicidas-suicidas, mas que a existência de um ou mais deuses traz consigo tantas visões morais diferentes que sempre é possível achar alguma que justifique aquilo que se deseja. Poderíamos ter usado uma imagem de tortura da Santa Inquisição, descrições das Cruzadas, afirmações da igreja católica contra o direito ao divórcio ou contra o uso de preservativos e o planejamento familiar, ou qualquer outra insanidade que vem de um imperativo religioso, mas a queda das torres gêmeas traduz a mensagem de uma maneira visual mais apropriada para o veículo em questão.

Abaixo um video do com sua opinião sobre o caso:




http://vidaemorbita.blogspot.com/2011/05/campanha-ateista-sofre-censura-no.html

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