sexta-feira, 15 de julho de 2011

Marcha das Vadias

Marcha das Vadias percorreu a UFG nesta quinta-feira, contra o machismo e a homofobia 
“Não somos mercadoria, nossa luta é todo dia”. Esta frase estava disposta em um cartaz modesto, segurado por uma moça de calça jeans e camiseta. Em outras mãos, outros dizeres: “Meu decote não tem nada a ver com você”. O decote, em verdade, estava no corpo de outra garota, mas o recado estava dado. Apelando respeito ao universo feminino, a Marcha das Vadias passou pela UFG na tarde desta quinta-feira (14/7).

Em meio a olhares curiosos, o movimento percorreu espaços onde ocorriam, simultaneamente, diversas atividades da 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Pelas vozes de dezenas de pessoas, de todos os gêneros e sexualidades possíveis, outras palavras anunciavam: “Na violência com a mulher, a gente mete a colher”. O protesto, evidente, foi contra o machismo, que desrespeita, julga e violenta corpos em condições subalternas de diversas partes do mundo.

Versão brasileira do movimento “Slut Walk”, iniciado no Canadá, cujo estopim foi a declaração de um policial responsabilizando a vestimenta das mulheres (e, portanto, elas próprias) pelos crimes de estupro, a Marcha das Vadias tem como marca o deboche e a provocação. Tanto, que as mulheres se propõem a despir-se ou a exibirem lingeries que povoam os fetiches masculinos. No entanto, a causa é séria e a luta é por reconhecimento e respeito por parte de toda a sociedade.

“No contexto do Canadá, as mulheres se uniram, mas, em verdade, sempre marchamos. Por um mundo novo, sem preconceito e com igualdade de gênero. O primeiro conceito de uma mulher é ser feminista e ser mulher do jeito que se é, que se quer, com toda a autonomia, inteiramente. Ser vadia é isso: vá, todos os dias!”, explicou Albinéiar Plaza, do Grupo Feminista Autônomo Oficina Mulher.

Os homens também integraram a manifestação, provando que conseguem inverter a lógica dominante. Alexandre Borges, estudante e goiano, acompanha a Marcha das Vadias desde que foi realizada em Brasília, há um mês. “Tudo o que diminui e reprime alguém deve ser combatido. Somos felizes livres, não presos. Machismo tem de ser coisa do passado”, argumentou.

         Em Goiânia, a Marcha das Vadias encontrou-se com a diversidade e caminhou juntamente com o Grupo de Trabalho UFG contra a Homofobia. Estudantes e trabalhadores da UFG, além dos próprios participantes da 63ª. SBPC, também se envolveram.
Além de Goiânia e Brasília, a Marcha das Vadias passou pela Cidade de Goiás, em junho, durante o XIII Festival de Cinema e Vídeo Ambiental, por São Paulo e, no mundo, por cidades de Estados Unidos, Canadá, Austrália, Dinamarca, Holanda e Suécia.

http://www.ufg.br/page.php?noticia=7729

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