domingo, 22 de maio de 2011

O Universitário Imigrante

      Existem dois grandes desejos de um adolescente: o primeiro é ser independente e o segundo é ingressar na Universidade. O problema é quando os dois sonhos tornam-se realidade de uma só vez, ficando muito pior quando você precisa deixar o conforto dos seus familiares e partir para outra cidade. Sábia foi a expressão utilizada por Machado de Assis ao classificar a distância dizendo que: “A distância é como os ventos: apaga as velas e acende as grandes fogueiras.” Mas é possível fazer de um limão uma grande limonada? Talvez, só depende de você.

     Passamos longos anos esperando a tão sonhada independência, mas na verdade não estamos preparados para encarar as dificuldades que surgem durante essa realização. O primeiro impacto é a saudade, Oh coisa difícil! Com a tal da saudade nos tornamos mais vulneráveis ao emocional. Deixar as pessoas que amamos e que fazem parte da nossa história é a etapa mais difícil. O “choque” emocional é cruel, mas com sabedoria é possível contornar a saudade e amenizar a tristeza. A fé é a principal fonte que auxilia você na superação dos medos e na adaptação ao desconhecido. Acreditar em algo é fonte fundamental que nos motiva e impulsiona para continuarmos na batalha longe de casa. É preciso focar no seu objetivo e oferecer o melhor de si em todas as tarefas, pois quando estamos ocupados acabamos esquecendo daquilo que nos entristece. A verdade é que o tempo é o nosso maior aliado, deixando as fraquezas transformarem-se em fortalezas e os medos em coragem.

     Certamente como todo adolescente, organização nunca é a nossa maior habilidade. Portanto, é com a falta de alguém que nos auxilie na realização das tarefas do lar que passamos por motivo de obrigação; colocar em prática todos os ensinamentos que tivemos na infância, mas que por comodismo e um pouco de negligência nunca exercemos. A problemática da administração da “grana” é outro ponto que nos deixa enlouquecidos. Muitas vezes parece que o dinheiro evapora da nossa conta, quando na verdade as nossas obrigações ultrapassam nossos limites. Sério! São nesses momentos que recorremos ao bom senso e passamos a considerar o nosso velho amigo “miojo” como o macarrão da semana. Controlar os gastos não é a melhor forma de viver a vida, mas é a saída para nos livrarmos de um sermão do monte que nossos pais tem a facilidade de realizar. São com os erros que aprendemos a ir superando as dificuldades. Então, passamos a levar a vida daquele jeitinho brasileiro que é a nossa especialidade.

    Finalmente, é necessário que deixemos de lado as lamentações e enfrentemos a realidade com alegria e coragem. Somente sentiremos saudade do que foi bom; e sinceramente o que está por vir será muito melhor. Precisamos aproveitar cada minuto desse novo mundo ao qual estamos inseridos; e absorvermos tudo aquilo que certamente no futuro lembraremos com satisfação. Tudo aquilo que adquirimos com esforço tem outro sabor; e tudo aquilo que plantamos será colhido. As dúvidas virão, mas e daí? Já estamos acostumados a enfrentar os desafios, apenas teremos que realizar escolhas com prudência. Lembre-se! Se você sente saudade, provavelmente o outro lado também sentirá. Isso é o que há de melhor!
     
     Andrei Rodrigues é estudante de Direito na Universidade Católica de Pelotas, nascido em Camaquã, mora em Pelotas há 2 anos.

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